Engenharia antissísmica no Japão
Escrito por Eduarda Matos sob orientação dos professores Alcino de Oliveira Costa e Iara Ferreira de Rezende Costa.
O Japão é um país situado no continente asiático e seu território está localizado no limite da placa tectônica Euroasiática Oriental que é afetada constantemente por tremores de terra. A frequência desse fenômeno ocorre devido à zona de convergência entre as placas das Filipinas, Placa do Pacífico, Placa Euroasiática e Placa Norte-Americana. Esse encontro de blocos gera muita instabilidade no território japonês, ocasionando tsunamis, terremotos e atividades vulcânicas. Por tal, a zona encontro dessas placas faz parte do conhecido “Círculo de fogo do Oceano Pacífico”, caracterizado pela maior atividade tectônica do mundo e onde há maior número de vulcões ativos.
Figura 1: Placas tectônicas no Japão

Fonte: Engenharia 360
Mesmo com estudos fundamentados em séculos de observação e alto nível de pesquisas geológicas, é praticamente impossível prever um grande terremoto com uma antecedência que permita a evacuação preventiva das áreas de modo a amenizar as percas humanas. Por isso, em decorrência da constância desses tipos de eventos tectônicos no país, o sistema estrutural das construções japonesas é planejado e concebido de modo que suportem a energia liberada pela movimentação das placas.
Por essas razões, o país passou a investir em tecnologias na construção civil (engenharia antissímica), desenvolvendo e inovando as já existentes a um outro nível. O adjetivo “antissísmico” significa: que está preparado para resistir a sismos. Logo, engenharia antissísmica é aquela que prepara suas obras para resistirem às mais diversas solicitações.
Uma dessas tecnologias são os amortecedores. Nas fundações dos edifícios, existe um sistema de molas que é usado para absorver os impactos dos terremotos. Nas junções entre colunas e vigas é instalado um material que dissipa a energia quando a estrutura é movimentada em direções opostas, sendo que em casos de edifícios muito próximos uns aos outros, é instalada uma mola entre eles para não se chocarem. Há também a instalação de um material especial a fim de amortecer as junções estruturais de cada andar (entre colunas, lajes e estruturas de aço), que ajuda a dissipar a energia quando a estrutura se movimenta em direções opostas. Mais explicações sobre essa tecnologia nas figuras 2 e 3.
Figura 2: Amortecedores no alicerce

Fonte: TOTAL CAD
Figura 3: Amortecedores nas paredes

Fonte: TOTAL CAD
Outra tecnologia adotada pelo Japão é com relação ao princípio de funcionamento de um pêndulo, que consiste na instalação de uma massa pesada o suficiente para movimentar o prédio no sentido contrário aos tremores, e, desta forma, aumentar a estabilidade em até 40%, cujo funcionamento está explicado na Figura 4.
Figura 4: Funcionamento do pêndulo

Fonte: TOTAL CAD
Fazendo uma junção dessas duas tecnologias é possível construir uma edificação mais segura e resistente aos abalos que países como o Japão estão submetidos (Figura 5).
Figura 5: Tecnologias antissísmicas

Fonte: TOTAL CAD
Apesar de não ser possível evitar os desastres naturais, pode-se aumentar a eficiência, não só da engenharia, como de todas as áreas do conhecimento para que a sociedade possa se prevenir e se preparar para superá-los com maior facilidade.
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Referências
ENGENHARIA 360. Tecnologia anti terremotos do Japão. Disponível em:<https://engenharia360.com/tecnologia-anti-terremotos-do-japao/>
TOTAL CAD. Tecnologia faz prédios resistentes a terremoto. Disponível em:<https://totalcad.com.br/tecnologia-faz-predios-resistentes-a-terremoto/>
O Japão e a incrível engenharia anti-sísmica (terremoto). Constru360°. 27 de abril de 2016. Disponível em <https://constru360.com.br/o-japao-e-a-incrivel-engenharia-anti-sismica-terremoto/>
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